Heroínas desta história: um olhar de resistência sobre o passado

Equipe - Publicado na categoria Resenhas & Trechos em 31/03/2020


Se ainda nos deparamos com lacunas e omissão nos casos de violência cometidos pelo Estado brasileiro durante o regime militar – iniciado com o Golpe, há exatos 56 anos, em 31 de março de 1964 -, há ainda mais a ser revelado sobre as mulheres que estiveram ao lado daqueles que se posicionaram contra o autoritarismo e que foram, por isso, perseguidos, torturados e assassinados.

São mães, irmãs e esposas – mulheres que não se calaram durante a ditadura e que seguem impostando sua voz em tempos ditos democráticos. Em Heroínas desta História – Mulheres em busca de justiça por familiares mortos pela ditadura, lançamento da Autêntica realizado em coedição com o Instituto Vladimir Herzog, temos a oportunidade de conhecer a história de luta e de resistência de 15 mulheres pelas lentes de tantas outras, num diálogo entre gerações tão potente quanto delicado.

É o caso da cacica xavante Carolina Rewaptu (foto), que tinha seis anos quando aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) pousaram na aldeia onde vivia e levaram cerca de 260 pessoas. Com a expulsão, começou também a luta de seu povo para retornar à sua terra de origem. Uma saga que durou 46 anos, e que você pode ler aqui.

Organizado por Carla Borges e Tatiana Merlino, também autoras neste volume, o livro tem seus textos assinados por nomes como Miriam Leitão, Marina Amaral, Silvia Bessa, Laura Capriglione e Fabiana Moraes. O prefácio, por sua vez, é de autoria de Maria Rita Kehl.

Assim como todas essas mulheres, pensamos que, como cidadãos, merecemos e devemos conhecer o nosso passado. O aprendizado oferecido por histórias como essas é fundamental para identificarmos e rompermos com as estruturas que podem nos levar a um desfecho anunciado.

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