Conheça os bastidores de “Esta também é a história do meu irmão"

Equipe - Publicado na categoria Entrevistas em 22/12/2021


Convidei a autora de um dos meus mais recentes lançamentos, Esta também é a história do meu irmão, para contar um pouquinho sobre o seu processo de escrita e curiosidades de bastidor que tanto amamos!
Sophia Nogueira entrou este ano para o meu time de autores brasileiros. Seu primeiro livro veio para encantar e aquecer nossos corações, com uma história inspirada em fatos da sua vida, abordando temas como adoção, tolerância, resiliência e empatia.

Quanto orgulho sinto em dividir com vocês esse papo cheio de verdade e inspiração!

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Gutinha: Você é muito jovem. Com quantos anos começou a escrever?

Sophia: Comecei a escrever por volta dos 12 anos. Eram contos individuais ou cenas desconexas que eu planejava colocar em um futuro livro e acabei não fazendo. Eu sempre li muito e tenho certeza que isso me influenciou. As primeiras coisas que escrevi eram contos fantásticos ou cenas que gostaria de viver em minha vida, mas ainda não tinham acontecido, como meu primeiro beijo ou algum lugar que eu gostaria muito de visitar. Ainda tenho vários textos dessa época guardados e sempre olho com muito carinho para eles.

Gutinha: Quando surgiu a vontade de contar sua história e quanto tempo levou para escrevê-la?

Sophia: Essa é uma história engraçada que pretendo contar com mais profundidade em breve. Em um pequeno resumo: eu nunca pensei que a história da minha família fosse interessante o suficiente para se tornar inspiração para um livro – eu não tinha a mesma visão que minha mãe na época. Eu estava com 16 anos e todos os meus amigos já tinham começado a se “encaminhar” na vida, pareciam saber que curso queriam fazer e em qual faculdade queriam cursá-lo. Já eu me sentia muito perdida.
Minha mãe propôs que eu escrevesse um livro, já que eu estava sempre escrevendo, e pediu que fosse sobre a história da família. Demorei cerca de dois anos para finalizar a primeira versão e mais dois no processo de revisão, ilustração, diagramação… Foi um grande trabalho em equipe e eu aprendi muito!

Gutinha: O livro é inspirado na sua vida. Poderia compartilhar comigo algumas passagens/fatos reais?

Sophia: Claro! A maioria dos fatos é uma junção de realidade com imaginação. O Hudson (Marcos da vida real) realmente enfrentou vários problemas para conseguir entrar em colégios, o que foi muito triste para ele e para nossa família. Realmente nos mudamos, mas foi para um sítio, não para uma chácara. A maior parte dos trechos com o grupo de dança realmente aconteceu, com exceção do “olheiro” que contatou Marcos no final das apresentações. JP e Pedro são inspirados em amigos de infância que realmente tinham uma casa na árvore. O episódio das panelas ocorreu também! A história inteira é recheada de momentos reais e irreais, mas, neste momento, estes foram os que mais me saltaram à cabeça.

Gutinha: Seu irmão te ajudou no processo da escrita ou você só mostrou depois de pronto?

Sophia: Assim como no livro, meu irmão não gosta muito de ler, o que sempre foi um desafio em casa. Eu perguntava algumas coisas para garantir que o personagem não perdesse a essência, mas ele ainda nem leu o livro todo, algo que acho bastante engraçado. Se alguém escrevesse um livro sobre mim eu correria para ler em dois segundos, mas respeito essa escolha.

Gutinha: Quem são seus escritores favoritos?

Sophia: Muito difícil dizer isso. Sempre li muito e creio que todos os autores têm um lugar especial em meu coração, mas com certeza a Paula Pimenta recheou minhas prateleiras e minha imaginação durante o início da adolescência. Rick Riordan também é um autor que guardo com muito carinho no coração. Raphael Draccon é outro autor que me inspira muito – foi por causa dele que comecei a escrever fantasias. Ainda não escrevi nenhum livro desse gênero, mas quem sabe um dia? Para finalizar eu citaria o Jerry Spinelli que escreveu A extraordinária garota chamada Estrela (incluir link do livro). Se eu não tivesse lido esse livro, provavelmente nunca teria tido coragem de realmente escrever o meu.

Gutinha: Já tem outro livro em mente?

Sophia: Já sim! A minha mente nunca para. Sempre estou com várias ideias, mas estou trabalhando em um projeto que pretendo deixar pronto até março de 2022. Pelo menos a primeira versão. Não sei o quanto posso falar sobre ele, mas esse não será inspirado na minha vida e será um pouco mais dramático. Estou empolgada para ver como eu e este próximo livro iremos evoluir.

Gutinha: Qual conselho você dá para outros jovens que desejam se tornar escritores?

Sophia: Que escrevam muito. Mesmo que não tenham certeza daquilo que estão fazendo, mesmo que seja um rascunho que depois não será usado para nada. Se possível, que façam cursos ou estudem um pouco sobre escrita de maneira independente. Mostrem seu trabalho a pessoas diferentes. Às vezes aquilo que não enxergamos é algo óbvio a outros olhos. Exponham seus trabalhos, mesmo que de maneira anônima no início, e aprendam com os feedbacks. Leiam muito, muito mesmo, livros de diferentes gêneros e estilos, autores nacionais e internacionais… E principalmente que não duvidem de si mesmos. Sei que parece um conselho um tanto quanto genérico, mas é muito fácil acreditar que nosso trabalho não está bom. Aceitem críticas, mas aprendam a incorporar os elogios em suas vidas.

Se existe uma fada mais sensata, ops, uma jovem escritora mais encantadora que essa, desconheço!

Esta também é a história do meu irmão está disponível no meu site (link).
Leiam e depois me agradeçam.

Tags:  lançamentos,  entrevista,  sophia nogueria


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