Eu, leitora

Descobri as letras, palavras e frases no Livro da Lili, cartilha na qual fui alfabetizada em 1952, com exatos 7 anos. Como disse Manuel Bandeira, “foi o meu primeiro alumbramento”.

Desde então, e até hoje, das palavras, frases, períodos, textos curtos ou longos só me vieram alumbramentos, desdobrados em encantamentos, descobertas, perguntas e respostas e mais perguntas, alegrias e angústias, riso e choro. Magia, mistério, mundos e mais mundos diferentes do meu, pessoas e mais pessoas diferentes das minhas, e muito, muito mesmo… aprendizado.

Fui ficando rica desse universo de palavras. Entremeando tudo, pequenos alumbramentos e grandes epifanias, a maior (e até frequente) delas quando estou lendo e levo um susto – delicioso! – porque sei ler.

É por isso que sempre quero mais, e hoje, com exatos 77, vivo mergulhada em palavras encapadas pelos livros – alguns que eu mesma escrevi, muitos, que editei, e muitos, muitos que estão no mundo, à espera. Quem tiver sorte, como eu, vai encontrá-los.

E vai encontrar longas conversas, debates, discussões, momentos de poesia e de sofrimento, de diversão e muito riso, de raiva, de esperança, de alegria, de surpresa. Muito diálogo, muita troca. E vai ter encontrado um companheiro sempre presente, sempre ali, sempre pronto pra você, basta abri-lo.

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