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Release - Minas gerais tem mais de 400 comunidades quilombolas, aponta pesquisa do Cedefes que virou livro

28/02/2008 — Andréia Vitório - Assessoria de Comunicação

Livro aponta onde estão e quem são os quilombolas que vivem em MG

Até o ano 2000 eram conhecidas 66 comunidades negras de origem quilombola no Estado de Minas Gerais. Em junho do ano passado, esse número subiu para 436 comunidades pré-identificadas. Índice bem maior do que os 116 cadastrados pela Fundação Cultural Palmares. É o que aponta pesquisa realizada pelo Projeto Quilombos Gerais, realizado pelo Centro de Documentação Eloy Ferreira da Silva, que resultou no livro Comunidades quilombolas de Minas Gerais no século XXI, publicado pela Autêntica Editora.
Na atualidade, o conceito quilombo vai muito além dos antigos grupos descendentes de escravos fugidos dos períodos colonial e imperial. Ele também engloba, além das comunidades rurais, grupos urbanos que se autodefinem como comunidades negras e pedem o registro de seu espaço como “território negro”.
Elaborado por Maria Elisabete Gontijo dos Santos e por Pablo Matos Camargo, o livro mostra que a população quilombola que vive em Minas Gerais é em grande parte oriunda do povo banto que habitava as regiões Sul e Sudeste do continente africano. Prova disso é que os dialetos documentados nos trabalhos de campo são de matriz africana,como é o caso de comunidades em Diamantina e no município de Bom Despacho onde foram encontradas raízes lingüísticas de origem banto.
O município com maior número de comunidades é Berilo que, ao lado de Chapada do Norte, Minas Novas, Virgem da Lapa e Araçuaí, compõem, no médio Jequitinhonha, a maior concentração de quilombos encontrada no Estado. “Em cada município,principalmente no sertão mineiro, as condições de vida da população quilombola é de altíssimo grau de miserabilidade, tendo em vista os fazendeiros que fazem parte dos grupos das elites locais que dominam a vida política municipal e que estigmatizaram, discriminaram e excluíram centenas de comunidades negras dos direitos de cidadania”, aponta o livro.
A distribuição das comunidades quilombolas mostra grande concentração nas regiões Norte de Minas, Jequitinhonha e Metropolitana de Belo Horizonte, onde se encontram mais de 70% do seu total.
Para a obtenção do título da terra e outros benefícios, como participação nas políticas públicas para esse segmento populacional, a comunidade deve ser cadastrada na Fundação Cultural Palmares, órgão do Ministério da Cultura. O procedimento é relativamente simples: após o procedimento de auto-reconhecimento, a comunidade encaminha a Brasília o pedido de registro no cadastro.

Conheça o Cedefes:

O Centro de Documentação Eloy Ferreira da Silva (CEDEFES) é uma organização sem fins lucrativos, de caráter científico, cultural e comunitário, de âmbito estadual, fundada em 1985, na cidade de Contagem, e, desde 2003, funciona na cidade de Belo Horizonte, capital do Estado de Minas Gerais.O nome do Centro, escolhido em 1985, é uma homenagem a Eloy Ferreira da Silva, trabalhador rural e sindicalista, assassinado em 16 de dezembro de 1984, no Vale do São Francisco, Minas Gerais. O CEDEFES tem por missão contribuir para a inserção social e política na sociedade brasileira dos povos indígenas e das populações rurais pobres, em especial trabalhadores e trabalhadoras rurais, sem terra, agricultores e agricultoras familiares e quilombolas para que possam participar do processo histórico de construção, em nosso país, de uma sociedade plural, solidária, sustentável e democrática, valorizando a memória social e a construção da cidadania, desenvolvendo, para tanto, ações voltadas para a documentação, a pesquisa, a divulgação e a formação cultural e política.
O CEDEFES atua junto a um público diversificado, com especial atenção para os segmentos excluídos do campo no Estado de Minas Gerais. Nossos principais objetivos são:
1. Promover a informação e a formação cultural, pedagógica e política, dos atores sociais, sobretudo os que constituem nosso público-alvo, visando a um projeto de desenvolvimento popular, democrático e sustentável;
2. Documentar, arquivar, pesquisar e publicar temas do interesse popular;
3. Apoiar as lutas e estimular as organizações populares, favorecendo a construção da cidadania;
4. Incentivar o registro e a valorização da memória histórica e da identidade cultural como instrumentos no cotidiano da ação dos movimentos sociais.
A gestão da entidade é de responsabilidade política e estatutária da Diretoria e do Conselho Fiscal, escolhidos em Assembléia entre os sócios. O CEDEFES conta com um quadro de associados com experiência nos movimentos populares ou especialistas nos eixos temáticos priorizados, o que possibilita não apenas uma gestão democrática como também, uma troca de experiências e aprofundamento das discussões.
O CEDEFES tem tido ativa presença nas principais articulações e frentes de luta em prol dos excluídos do campo em Minas Gerais, como as lutas dos atingidos por barragens, dos movimentos pela reforma agrária, das iniciativas da agricultura familiar, das lutas das comunidades quilombolas, entre outros. Usamos o trabalho de campo (como reuniões, entrevistas, encontros) em projetos de assentamentos, em comunidades rurais atingidas pela ação de grandes projetos, públicos ou privados, e em comunidades quilombolas para reunir informações e documentação de primeira mão sobre a situação desses grupos específicos, editá-las e divulgá-las, dando voz aos excluídos, fazendo da documentação instrumento da luta social.
As atividades de documentação e divulgação são vistas como forma de participação ativa junto aos segmentos sociais que trabalham pela construção de uma sociedade mais justa e democrática em Minas Gerais e no Brasil. Nossa documentação é construída com o sentido básico de educação e formação social e política do nosso público.Para nós, a produção de informação e documentação é uma tarefa socialmente engajada e politicamente comprometida. Por isto entendemos que o sentido maior da nossa ação é produzir ferramentas para as lutas sociais conduzidas pelos movimentos organizados.Esta publicação se insere na tradição social e política do CEDEFES e no seu trabalho de mais de 20 anos, pelos segmentos sociais excluídos da cidadania, como as comunidades quilombolas de Minas Gerais.

Equipe do CEDEFES, Belo Horizonte, outubro de 2007.

Para mais informações, entre em contato com nossa assessoria de comunicação pelo e-mail ou pelo telefone (31) 3465-4500 (ramal 207).

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