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Marta Lagarta

Todo mundo me chama de Marta Lagarta. Ou de Martinha, Martita…
O meu nome, mesmo, só quando brigavam comigo:
? Marta Irene, você está de cas-ti-go!
Trancada no quarto, sem nenhum brinquedo nem nada, triste da vida… comecei a brincar com as palavras: ganhei um abraço da Poesia!
E foi tão ótimo, tão divertido, que me esqueci até de onde eu estava.
Desse dia em diante, nunca mais ninguém conseguiu me botar de castigo.
Nunca mais, também, parei de brincar com as palavras. Já escrevi pra cinema, rádio, revista, guardanapo de papel, papel de pão, jornais, tevê…
E pra você que me lê, desejo um desejo bem desejado: que você encontre cachos de abraços pra amaciar seus castigos.
Cá neste livro, ofereço o meu. De pelúcia.

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