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Pilares da racionalidade neoliberal são objeto de análise de novo livro da coleção Estudos Foucaultianos
Autoajuda, educação e práticas de si: genealogia de uma antropotécnica, novo título da doutora em Educação Dora Lilia Marín-Díaz, trata de questões relevantes de nossa época, tais como literatura de autoajuda, concepção e articulação do pensamento, abordagens e técnicas educacionais, produção laboral e economia geral de mercado, se utilizando principalmente das teorias de Michel Foucault e Peter Sloterdijk. A obra, que ancora a autoajuda na milenar tradição das práticas dirigidas para o governo de si e dos outros, busca apresentar o papel das publicações analisadas como um dos dispositivos que sustenta e alimenta a forma como se dá o pensamento e o trabalho, sem a intenção, porém, de fazer uma crítica ao caráter comercial dessas publicações. Para tal, é preciso entender como se deu o processo histórico, social e político que propiciou esse nicho tão pujante do mercado editorial mundial, apesar de tão malvisto pelo mundo acadêmico.
A autora retoma historicamente as técnicas de ensino e aprendizagem do século XV aos dias atuais e questiona como essa literatura adentrou o universo escolar. Afirma que atualizar as práticas pedagógicas através de temas e problemas da vida e do mundo atual nos quais se reconhece a importância das emoções, dos sentimentos e das ações individuais tem a finalidade de auxiliar na formação de pais e professores.
Milhões de leitores ficam à espera do próximo manual que os guiará em busca da satisfação “prometida” aos vencedores e encontram um caminho prático nos três eixos que sustentam esse tipo de literatura: a delimitação do eu, sua transformação ou modificação e, por fim, a felicidade – a grande busca. Entretanto, quem não acompanha esse ritmo acaba ficando à margem, desenvolvendo um sentimento de prostração que se dá pela busca desenfreada de obter sucesso, acumular riquezas e perseguir intensamente a satisfação. A pesquisadora analisa essa procura para além do fenômeno de mercado, em um cenário onde a literatura de autoajuda funciona como elemento decisivo na construção de felicidade que, idealmente, virá por meio de empreendedorismo, competição, desempenho, consumo e aprendizagem.
Dentre tantas outras constatações, chama a atenção a seguinte observação do sociólogo estadunidense Richard Sennett, citado por Marín-Díaz: “O fracasso é o grande tabu moderno. A literatura está cheia de receitas para triunfar, mas em geral calam no que tange à questão de lidar com o fracasso. Aceitar o fracasso, dar-lhe uma forma e um lugar na história pessoal é algo que pode obcecar-nos internamente, mas raras vezes se comenta com os outros”.
Sobre a autora – Dora Lilia Marín-Díaz é mestre e doutora em Educação na linha de Estudos Culturais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). É pesquisadora do Grupo História de La Práctica Pedagógica en Colombia (GHPPC) do Grupo de Estudos e Pesquisas em Currículo e Pós-Modernidade (GEPCPós) da UFRGS e do Grupo de Estudo e Pesquisa em Inclusão (GEPI), da Unisinos. Especialista em Estudos Culturais pela Pontifícia Universidade Javeriana (Colômbia) e em Avaliação Educacional pela Universidade El Bosque (Colômbia). Publicou estudos e artigos em livros e revistas na área de Educação, com ênfase em História e Filosofia da Educação. Pesquisa acerca da procedência dos discursos educativos contemporâneos na sua relação com aplicações éticas/políticas.
Ficha técnica:
Preço: R$ 54,00
Páginas: 272
Editora: Autêntica
Formato: 15,5 × 22,5 cm
Acabamento: Brochura
ISBN: 978-85-8217-425-8
Coleção: Estudos Foucaultianos
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