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Autora é considerada uma das mais poderosas vozes da literatura hispânica e explora, neste thriller polifônico, a tênue linha entre desejo e violência
Fernanda, uma insolente estudante do Ensino Médio apaixonada por literatura e filmes de terror, acorda em uma cabana no meio da floresta com os pés e as mãos amarrados. Sua sequestradora, entretanto, não é uma estranha. Trata-se de Miss Clara, a professora de Literatura, uma mulher assombrada pela memória da própria mãe e assediada durante meses por suas alunas do Colégio Bilíngue Delta, uma escola católica de elite.
Assim começa a aterradora e viciante jornada pela obra da equatoriana Mónica Ojeda, um romance de terror que equilibra, com precisão, referências às culturas pop e clássica com pitadas de psicanálise, para construir um universo em que a violência e o desejo – bem como os limites para cada um deles – são palavras-chave. O livro sai em abril pela Autêntica Contemporânea, selo de ficção atual do Grupo Autêntica. A tradução é de Silvia Massimini Felix.
Mandíbula explora múltiplos tempos e vozes narrativas para nos introduzir a Miss Clara, figura de traços hitchcockianos; ao grupo de estudantes lideradas por Fernanda, a vítima à qual somos apresentados logo no início da narrativa; e a Annelise, personagem fundamental nessa trajetória, que ajuda a definir os contornos do horror ao qual seremos conduzidos.
O desconhecido, o sinistro e as suas manifestações podem ser lidos aqui como uma materialização literária das reflexões de Sigmund Freud, que escreveu em O infamiliar, um de seus mais lidos e comentados textos: “[o infamiliar] diz respeito ao aterrorizante, ao que suscita angústia e horror […] que remete ao velho conhecido, há muito íntimo”. É mais ou menos o que descreve Annelise em determinado momento: “O desconhecido […] é obviamente sempre terrorífico, mas o horrível, o que realmente petrifica nossos órgãos, é o que conhecemos apenas pela metade; o que está perto de nós e, mesmo assim, não conseguimos entender”.
Mas as conexões de Mandíbula com a psicanálise vão além. A obra, que tem a adolescência como um de seus focos, disseca também as relações passionais entre mães e filhas, irmãs e melhores amigas, e desvela o jogo psicológico que pode existir nas interações entre alunas e professoras. “Existe uma espécie de indefinição perigosa na adolescência, um vazio, uma potência que pode disparar para qualquer lugar e que a torna muito distinta, até oposta, de todas as outras idades”, reflete Annelise em outra passagem.
Este livro explora o medo e a sua relação com os laços familiares, com a sexualidade e com a violência, que, por vezes, espreita o amor – seja pela mordida feroz, pelo ataque quase sexual, pelas brincadeiras dolorosas, seja pelo arriscado jogo de confiança estabelecido entre meninas e mulheres, que se conectam ao mesmo tempo em que se (a)traem. Com isso, arrisca-se na apresentação por vezes incômoda e desconcertante de um mundo de homens ausentes, onde as mulheres ditam a moral e nos ajudam a questionar: quem de nós nunca foi sequestrado por seus próprios medos?
Acesse a página do livro: www.grupoautentica.com.br.
SOBRE A AUTORA
Mónica Ojeda nasceu em Guayaquil, no Equador, em 1988, mas vive em Madri, na Espanha. Publicou romances, contos e poemas. Em 2017, esteve na lista Bogotá39, do Hay Festival, de melhores escritores de ficção latino-americanos com menos de 40 anos. Em 2019, recebeu o Prêmio Prince Claus Next Generation, na Holanda. Em 2021, a revista Granta a indicou como uma das melhores autoras hispânicas com menos de 35 anos. Além de Mandíbula, publicou outros dois romances: La desfiguración Silva (Prêmio ALBA Narrativa, 2014) e Nefando (2016).
SOBRE A AUTÊNTICA CONTEMPORÂNEA
Caçula entre os selos editoriais do Grupo Autêntica, a Autêntica Contemporânea inaugura seu catálogo em abril. Além de Mandíbula, a trinca inicial de lançamentos é composta por Planícies, do argentino Federico Falco; e Esperando Bojangles, do francês Olivier Bourdeaut. João Maria Matilde, da brasileira Marcela Dantés, sai em maio.
Também já foram anunciadas as publicações de Um crime bárbaro, da brasileira Ieda Magri, em maio; O verão invencível de Liliana, da mexicana Cristina Rivera Garza, em julho; e Aqui. Neste lugar, da brasileira Maria José Silveira, em agosto.
Conheça outros títulos da Autêntica Contemporânea: www.grupoautentica.com.br.
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