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Livro alerta para os planos da China de controlar o uso e o acesso de dados pela Internet

Especialista em estudos sobre infraestrutura de comunicação, Jonathan Hillman analisa as iniciativas chinesas para dominar as redes de comunicação na obra A Rota da Seda Digital

As redes de comunicação passam por uma das maiores revoluções da história. Até algumas décadas, muitos estudiosos e líderes mundiais acreditavam que, quanto mais conectada uma sociedade, maior seria o avanço da democracia. Poucos duvidavam que seria possível controlar essas novas redes, tamanha a força de suas interações e conexões. No começo do século, quando soube que a China tentava impor restrições à internet, o ex-presidente americano Bill Clinton chegou a dizer que seria como “tentar pendurar gelatina na parede”.

Atualmente, a opinião sobre o controle da internet é bem diferente. A rede de comunicação não necessariamente fomenta valores democráticos espontaneamente. A China tem sido a prova disso. Liderada de forma autocrática pelo Partido Comunista Chinês (PCCh) e pelo Exército de Libertação Popular (ELP), o gigante asiático investe pesado para que todos os modens estejam sob seu controle. O risco que esse esforço representa é analisado por Jonathan Hillman na obra A Rota da Seda Digital: O plano da China de conectar o mundo e dominar o futuro, que acaba de ser publicado no Brasil pela Editora Vestígio.

AMBIÇÃO OCIDENTAL FOI APROVEITADA PELO GIGANTE ASIÁTICO
A obra é divida em três partes. Em um primeiro momento, argumenta-se como as empresas chinesas se tornaram referências na construção de infraestrutura virtual global. Para o autor, isso ocorreu graças a um conjunto de fatores. Nas décadas de 1980 e de 1990, empresas ocidentais aceitaram transferir tecnologia e formar joint ventures com chineses, o que era justificado pela ambição de adentrar o vasto e promissor mercado chinês. Durante anos, as empresas da China se utilizaram de táticas de apropriação intelectual, como engenharia reversa e espionagem. Quando ganharam capacidade para construir a própria infraestrutura, as companhias chinesas passaram a contratar funcionários das empresas ocidentais que elas ajudaram a quebrar.

Desse modo, os chineses ganharam capacidade para avançar no exterior, promovendo desde instalações de cabos submarinos entre países em desenvolvimento até construções de antenas de transmissão de internet em regiões pouco populosas e isoladas, que foram descartadas pelas principais empresas de comunicação – como o caso de áreas rurais dos Estados Unidos, que somente se integraram à internet com infraestrutura chinesa.

Na sequência do livro, Hillman alerta sobre o uso de câmeras de vigilância, com mais da metade delas no mundo sendo de empresas chinesas. Por fim, há uma análise das disputas de quem vai liderar a conexão via satélite e a velocidade 5G.

AMEAÇA A VALORES DEMOCRÁTICOS E A DIREITOS HUMANOS
Esse avanço da China, segundo Jonathan Hillman, comprova que as redes de comunicação não implicam automaticamente um fortalecimento de ideias democráticas nem de direitos humanos. Trata-se de um instrumento que pode servir para consolidar poderes autoritários. Nesse sentido, todos corremos um enorme risco com o controle da transmissão de dados centrado em um país autocrático como a China, liderado pelo oficialato do Exército de Libertação Popular (ELP) e pelo Partido Comunista Chinês (PCCh). Essas instituições controlam a comunicação doméstica chinesa e utilizam as redes para coibir opositores políticos.

Hillman cita como exemplo o uso de câmeras de vigilância que monitoram pessoas da minoria étnica uigur pelo PCCh. De origem turcomena, os uigures habitam regiões da Ásia Central. Na China, concentram-se na província de Xinjiang, no noroeste do país. Para reprimir possíveis manifestações uigures de independência, milhares de câmeras de vigilância foram instaladas nas principais cidades de Xinjiang. Com base em um algoritmo de reconhecimento facial, o sistema de vigilância é um instrumento para reconhecer cidadãos uigures, para que sejam enviados a “campos de reeducação”. Nesses locais, o objetivo é reprimir expressões identitárias, culturais e religiosas – a maioria uigur é islâmica.

BRASIL É UM DOS PRINCIPAIS MERCADOS EM DISPUTA
O poder concentrado no país asiático vai além do domínio político. Economicamente, o Estado chinês controla as próprias empresas nacionais, que se utilizam de grandes quantias do orçamento público para ganharem competitividade e, dessa forma, não apenas dominarem o mercado interno como também conquistarem mercados no exterior. Nessa disputa, o Brasil aparece como um caso emblemático, por ser a principal referência na América Latina e por oferecer a possiblidade de conexão intercontinental com o continente africano.

Os principais países ocidentais reconhecem os impactos negativos que o avanço chinês pode apresentar. Na mais recente reunião do G7, que ocorreu entre os dias 26 e 28 de junho de 2022, as maiores economias do Ocidente anunciaram um investimento de US$ 600 bilhões como contraponto às obras de infraestrutura física lideradas por Pequim na Iniciativa Cinturão e Rota. Para Hillman, também é necessária uma atuação coordenada de países democráticos para conter o crescimento chinês em relação à infraestrutura das comunicações. Caso contrário, além de comprovar que é possível “pendurar gelatina na parede”, os chineses conseguirão ficar de olho em todos nós.

SOBRE O AUTOR
JONATHAN E. HILLMAN dirige o Reconnecting Asia, projeto que é mantido pelo Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, renomado think tank norte-americano com sede em Washington (DC). Licenciado pela Harvard Kennedy School e pela Brown University, ganhou, em 2019, o Prêmio Financial Times/McKinsey & Company Bracken Bower, o qual visa encorajar novos escritores a abordar importantes desafios econômicos mundiais. Em 2020, lançou seu primeiro livro acerca do expansionismo chinês: The Emperor’s New Road: How China’s New Silk Road Is Remaking the World (Yale University Press).

Assista ao vídeo em que Jonathan Hillman fala sobre A Roda da Seda Digital.

Conheça o catálogo completo da Editora Vestígio.

Para mais informações, entre em contato com nossa assessoria de comunicação pelo e-mail ou pelo telefone (31) 3465-4500 (ramal 207).

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