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Dias de areia, premiada GN da holandesa Aimée de Jongh, reconta o sofrimento da população das pradarias do centro-sul do território norte-americano durante o fenômeno do Dust Bowl
A década de 1930 foi marcada por uma das maiores crises econômicas mundiais, consequência da famosa quebra da Bolsa de Nova York em 1929. Para agravar ainda mais a situação de agricultores das pradarias na região central dos Estados Unidos, frequentes tempestades de areia causaram uma imensa destruição agrícola e, infelizmente, deixaram milhares de mortos e desabrigados.
Para ter mais conhecimento do fenômeno climático que causava tamanha devastação ambiental e social, agências do governo americano contratavam fotógrafos para registrar essa tragédia. Aproveitando-se dessas imagens, a holandesa Aimée de Jongh produziu uma comovente graphic novel, Dias de areia, retratando essa história em livro que apresenta um diálogo entre fotografias e quadrinhos. Premiada em diversos festivais, a graphic novel chega ao Brasil pela Editora Nemo (Grupo Autêntica).
O TESTEMUNHO DE JOHN CLARK
Personagem principal de Dias de Areia, John Clark é um jovem fotojornalista de 22 anos, que vive na Costa Leste dos Estados Unidos. Cansado de viver de bicos com trabalhos como freelancer, busca se firmar na carreira com uma oportunidade na Administração de Segurança Agrícola, agência governamental com sede na capital Washington (DC).
A ordem que Clark recebe é de retratar a dramática situação dos agricultores do Dust Bowl. Em um primeiro momento, o jovem fotógrafo demora para conquistar a confiança dos moradores locais. Sagaz, aprende a ser bem-visto na comunidade com o apoio das crianças. Sente estar produzindo um ótimo trabalho, mas sua opinião muda quando conhece a jovem Betty, que está grávida. Com ela, aprende que o sofrimento vai além da forte poeira que invade tudo e todos.
PREMIAÇÕES EM FESTIVAIS INTERNACIONAIS
Dias de areia foi lançado originalmente em 2020. Desde então, tem sido aclamado pela crítica de diversos países. A obra já arrebatou pelo menos sete grandes premiações internacionais. Na França, conquistou o Prix des Libraires de Bande Dessinée (2022), o Ouest-France/Quai des Bulles (2021), o Etoiles du Parisien (2021), e o BDstagram (2021)
Na premiação que reúne mais de 300 livrarias francófonas mundo afora, a GN de Aimée de Jongh recebeu o troféu Libr’à Nous em 2022. No mesmo ano, nos Estados Unidos, a obra foi premiada com o título de Best of Show do MoCCA Comic Arts Festival. E, do outro lado do mundo, ganhou o ouro no Japan International Manga Award, também em 2022.
SOBRE A AUTORA
AIMÉE DE JONGH se formou em animação pelas escolas de Artes Plásticas de Rotterdam (Holanda) e Ghent (Bélgica). Com essa formação, ela escreveu mais de dez séries de histórias em quadrinhos e trabalhou em cinco filmes de animação. Sua série diária de quadrinhos Snippers (Coloc’, em francês) é publicada em um jornal holandês e suíço; na Bélgica, são principalmente seus quadrinhos para crianças pequenas, como Kito & Boris e Slimme Pim, que a tornaram conhecida.
Em 2014, Aimée começou a trabalhar em seu primeiro romance gráfico, que ela também roteirizou: Le retour de la bondrée (título original: De terugkeer van de wespendief), que lhe rendeu o prestigioso Prêmio Saint-Michel para o melhor quadrinho de 2014-2015. Em 2018, ela colaborou com Zidrou no roteiro e publicou um segundo romance gráfico, A obsolescência programada de nossos sentimentos (Pipoca & Nanquim).
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