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Giorgio Agamben desnuda literalmente o homem contemporâneo

Há tempos o filósofo italiano Giorgio Agamben alterna pesquisas de grande fôlego e textos mais breves nos quais enfrenta questões de método ou percorre os confins de suas experimentações teóricas, como num trabalho de exploração que precede elaboração posterior. Os textos reunidos em Nudez, que chega agora ao Brasil pela Autêntica Editora, pertencem à segunda categoria: são ensaios que abordam questões contemporâneas. No limite, trata-se sempre da pergunta: na contemporaneidade, o que significa pensar?

O coração do livro é um ensaio sobre a nudez, tratada a partir de uma exposição da artista Vanessa Beecroft em Berlim, onde exibiu uma centena de mulheres nuas; mas o pano de fundo dessa análise é uma leitura teológico-política de fenômenos contemporâneos. O desencantamento da beleza na nudez, quando esta exibe a simples aparência sem nenhum segredo e para além de qualquer significado oculto, desativa o dispositivo teológico, com seus dualismos alma-corpo, aparência-essência, e deixa ver o corpo humano como inaparente.

Em outro texto impressionante, o autor dedica-se a decifrar Veneza, uma cidade de fantasmas, onde ele próprio lecionou. E o tema da “identidade sem a pessoa” é abordado de forma original, por meio da análise das modernas técnicas biométricas, o que nos coloca imediatamente no cerne de uma reflexão política.

A questão política mais importante que Agamben nos oferece é o não-fazer, ou melhor, a inoperosidade. O filósofo nos diz que não importa a potência do fazer ? como gostaria a política atual ?, mas que o não-fazer, a impotência, é tão importante, se não mais. Em uma sociedade como a nossa, em que o “fazer” é o estigma de cada pensamento e de cada ato, e em que o homem acredita ser capaz de qualquer coisa, Agamben nos lembra que a possibilidade de não-fazer algo é a base da própria liberdade. E os que vivem separados de sua impotência perdem a capacidade de resistir. “A inoperosidade faz as partes inutilizáveis do corpo glorioso dançarem”, explica Davi Pessoa, o tradutor da obra, professor de língua e literatura italianas na UERJ. “Em última análise, a potência, na inoperosidade, não está desativada: a inoperosidade coincide, portanto, com a própria festividade, com o ‘fazer a festa’, ou seja, com o consumir, desativar e tornar inoperosos os gestos, as ações e as obras humanas”, complementa.

Nudez é o quinto título da série Filô Agamben, que já conta com O homem sem conteúdo, A comunidade que vem (ambos com tradução de Cláudio Oliveira) e Ideia da prosa (tradução do português João Barrento); além de Introdução a Giorgio Agamben: uma arqueologia da potência, de Edgardo Castro (tradução de Beatriz de Almeida Magalhães).

Sobre o autor – O filósofo Giorgio Agamben nasceu em 1942, em Roma, e laureou-se em Direito em 1965. Em 1966, participou do primeiro Seminário de Thor, que Heidegger realizou a convite de René Char. Entre 1974 e 1975, pesquisou em Londres na Warburg Institute Library. Entre 1982 e 1993, assumiu a tarefa de apresentar ao público italiano uma edição completa das obras de Walter Benjamin pela editora Einaudi, de Turim. Nesse processo acabou descobrindo textos inéditos de Benjamin na Biblioteca de Paris. Entre 1986 e 1993 foi diretor de programa do Colégio Internacional de Filosofia de Paris. A partir de 1988, passou a ensinar na Itália, primeiro em Macerata, depois em Verona e, por fim, em Veneza, de onde se demitiu em 2009.

*Ficha técnica do livro”

Título: Nudez
Autor: Giorgio Agamben
Tradutor: Davi Pessoa
Coleção: FilôSérie: Agamben
Número de páginas: 184
Formato: 14 × 21 cm
Preço: R$ 39,00
ISBN: 978-85-8217-387-9

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