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Em "Baudelaire e a modernidade", Walter Benjamin interpreta o poeta com visão rascante sobre a modernidade

Lançamento da Autêntica Editora conta com tradução apurada de João Barrento

Benjamin defendia que nenhuma análise de Baudelaire pode, a rigor, prescindir da imagem de sua vida, pois, quando olhamos o artista, se faz necessário captar sua personalidade provocativa a fim de interpretar os múltiplos personagens: flâneur, dândi, boêmio. Ao desafiar as regras do jogo social, utilizando-se dessas máscaras na tentativa de salvar a poesia (e principalmente o poeta) da corrosão mercantilista que a ameaçava, Baudelaire foi o primeiro a atentar-se para o fato de que a burguesia estava prestes a retirar do artista a missão que lhe tinha atribuído.

“Que missão especial poderia ocupar o seu lugar? Essa missão não era mais uma missão de classe; tinha de ser deduzida do mercado e das suas crises. O que ocupou Baudelaire foi a resposta não à procura manifesta e de curto prazo, mas à latente e de longo prazo. As flores do mal mostra que o seu cálculo estava certo. Mas o mercado, no qual essa procura se manifestava, determinava uma forma de produção, e também de vida, completamente diferente da dos poetas de épocas anteriores”, escreve Benjamin.

Ao colocar Paris no centro da obra, Baudelaire representou para Benjamin a figura-chave ideal para decifrar a época moderna e suas transformações em termos sociais, políticos e culturais. O que temos aqui é a origem de uma produção intelectual que pretendia desembocar em sua obra máxima, tendo como tema a capital francesa e sua relação com o capitalismo. Em comentário de Rolf Tiedemann e Hermann Schweppenhäuser na edição original organizada por Scholem e Adorno, aponta-se: “Embora o livro sobre Baudelaire tenha permanecido um fragmento, ele é, de fato, mais inacabado do que fragmentário”.

A publicação apresenta um conjunto de ensaios que, em sua maioria, pertencem à última fase do itinerário biográfico e intelectual de Benjamin quando estava exilado em Paris. A modernidade é o título genérico, uma vez que tem um alcance mais abrangente do que a mera definição de uma época autônoma, ao permitir uma reconstrução histórico-filosófica do período. O que a história esconde em seu desenrolar é objeto de um empreendimento intelectual que visa a decifrar o cenário social, político e cultural daquele momento.

Sobre o autor: Filósofo, ensaísta, crítico literário e tradutor, Walter Benjamin (1892-1940) abandonou a carreira acadêmica após a rejeição de sua tese de livre-docência, intitulada Origem do drama trágico alemão, pela Universidade de Frankfurt, que a considerou pouco convencional. Escreveu peças para rádio, além de artigos para diversos veículos de imprensa, entre elas a Zeitschrift für Sozialforschung, revista do Instituto de Pesquisa Social (mais tarde conhecido como “Escola de Frankfurt”). Alemão, filho de judeus, deixou seu país em 1933 rumo a Paris, onde ficou até a invasão nazista. Em 1940, fugiu ilegalmente para Portbou, Espanha, onde se suicidou para não ser capturado pela Gestapo. Benjamin deixou vasta e brilhante obra literária, além de ter contribuído enormemente para a teoria estética, filosofia, pensamento político e para a história.

Sobre Baudelaire: Charles Pierre Baudelaire nasceu em Paris em 1821 e influenciou – direta ou indiretamente – toda a poesia moderna tanto de sua época como das gerações que viriam. Sua estreia foi em 1843, com a coletânea Vers. Se envolveu fortemente com a classe artística boêmia e viveu intensamente experiências com álcool e drogas – o que levaria ao rompimento com a família, que o interditou e nomeou um tutor para administrar a herança que herdara do pai. Contestou a civilização moderna, destacando-se pelas traduções que fez da obra de Edgar Allan Poe, pela coletânea autoral de 18 poemas sob o título de As flores do mal (1857) e também por Paraísos artificiais (1858). Faleceu em 1867, aos 46 anos.

Sobre o tradutor: João Barrento licenciou-se em Filologia Germânica pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (1964) e em 1986 tornou-se professor de Literatura Alemã e Comparada. Já publicou cerca de 20 livros de ensaio, crítica literária e crônica, e traduziu, assim como editou, diversas obras da literatura alemã. Como editor e tradutor, é responsável por algumas das mais importantes publicações de autores alemães para o português, com destaque para Goethe (nove volumes, 1991-1993), Robert Musil (oito volumes, desde 2005) e Walter Benjamin (sete volumes, desde 2004). Suas traduções lhe renderam diversos prêmios, como Calouste Gulbenkian da Academia das Ciências (Tradução de Poesia, 1979); Grande Prêmio de Tradução (1993 e 1999); Prêmio de Tradução Científica e Técnica da União Latina (2005); Prêmio de Tradução do Ministério da Cultura da Áustria (2010); além da Cruz de Mérito Alemã (1991) e da Medalha Goethe (1998), entre outros.

Ficha técnica:
Autor: Walter Benjamin
Tradução: João Barrento
Coleção: Filô
Preço: R$ 43,00
Páginas: 352
Editora: Autêntica Editora
Formato: 15,5 × 22,5 cm
Acabamento: brochura
ISBN: 978-85-8217-575-0

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