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Análise está no centro do livro Democracia na periferia capitalista, escrito pelo cientista político Luis Felipe Miguel, que será lançado em abril pela Autêntica
A estreita ligação entre democracia política e desigualdade social está no cerne de Democracia na periferia capitalista, novo livro do cientista político Luis Felipe Miguel, que sai em abril pela Autêntica Editora. No livro, o coordenador do Grupo de Pesquisa sobre Democracia e Desigualdades da Universidade de Brasília (UnB) mescla discussão teórica e análise da política brasileira das últimas décadas para refletir sobre a crise da democracia a partir do olhar do mundo menos desenvolvido, em particular do Brasil.
O livro parte de apurada pesquisa para analisar as raízes da falência da democracia ocidental, da expansão da ultradireita mundial e da ascensão do pensamento anticientífico para refletir sobre os frágeis consensos que regem o sistema político nacional e a forma como, para determinada parcela da população brasileira, a manutenção das desigualdades parece representar o limite da democracia no país.
“A crise da democracia no Brasil não é um acidente de percurso, nem mero reflexo da crise mundial das democracias, que a literatura internacional aponta desde o começo do século XXI e, ainda mais, a partir do triunfo eleitoral de Donald Trump, nos Estados Unidos, em 2016. Está ligada à dificuldade que temos de enfrentar o hiato entre democracia política e desigualdade social”, argumenta Luis Felipe Miguel.
De acordo com o autor, qualquer modelo interpretativo da política e da democracia que não dê centralidade às desigualdades sociais, em particular ao capitalismo, estará fadado a fracassar. “Uma democracia que está condenada a não desafiar a reprodução das desigualdades sociais é, quando muito, uma democracia pela metade. O dilema se apresenta, então, de forma diversa: não é uma opção entre democracia e instabilidade, mas entre democracia e semidemocracia”, explica.
Democracia na periferia capitalista nasce da agenda de pesquisa do autor em confluência com a conjuntura política recente do Brasil, discutindo assim as fragilidades do arranjo político e constitucional da Nova República, que contribuíram para a falência de suas instituições. Também analisa a trajetória do Partido dos Trabalhadores, as opções políticas do “lulismo” e sua derrota, que significou o fracasso do projeto da Nova República.
Identifica, por fim, os motivos do ressurgimento de uma forte extrema-direita e os impasses de uma esquerda que se viu constrangida a assumir a posição de guardiã de uma ordem social hoje em crise, apontando os desafios que precisam ser enfrentados para que a reconstrução democrática no Brasil se mostre mais sólida e duradoura.
“Decifrar esses enigmas exige capacidade de observação apurada e bibliografia sólida. É o que oferece Luis Felipe Miguel, com este livro referencial para entender o processo de falência da ordem pós-Segunda Guerra a partir de um laboratório privilegiado, o Brasil de Bolsonaro, e a financeirização da ordem neoliberal – que, mais que uma teoria econômica, tornou-se uma lógica de mundo, na qual a competição e a responsabilização individual se tornam princípios universais, condicionando todas as relações humanas”, escreve o jornalista Luis Nassif em seu texto de apresentação da obra.
SOBRE O AUTOR
Luis Felipe Miguel nasceu no Rio de Janeiro em 1967. É professor titular livre do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília (IPOL-UnB), onde coordena o Grupo de Pesquisa sobre Democracia e Desigualdades (Demodê), e pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). É autor, entre outros livros, de Democracia e representação: territórios em disputa (Unesp, 2014), Consenso e conflito na democracia contemporânea (Unesp, 2017), Dominação e resistência: desafios para uma política emancipatória (Boitempo, 2018) e O colapso da democracia no Brasil: da Constituição ao golpe de 2016 (Expressão Popular, 2019).
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