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Autêntica lança nova edição "O Formigueiro", em parceria com a Academia Brasileira de Letras

Livro-poema de Ferreira Gullar retorna em dezembro às livrarias

Após quase 25 anos da primeira e única tiragem, a Autêntica, em parceria com a Academia Brasileira de Letras, brinda o leitor com uma nova edição d’O Formigueiro. Concebido em 1955 num momento de experimentação, num jogo de tentativas e de entrega que o autor chama de “uma espécie de aventura imprevisível”, o livro-poema retorna às livrarias para resgatar uma importante fase da trajetória de Ferreira Gullar e também da poesia brasileira.

“O Formigueiro é um poema de cinquenta páginas nascido de uma palavra – a formiga – que se desintegra em seus elementos (letras) e se reintegra em nova forma, ditada pelo aproveitamento das letras na formação simultânea de outras palavras.” Assim começa a apresentação do poema de Ferreira Gullar na I Exposição Nacional de Arte Concreta, realizada em 1956 na cidade de São Paulo. Sessenta anos depois de escrito, aquele embate do poeta com as palavras continua sendo inovador, enigmático e intrigante – uma mostra clara de por que Gullar é considerado o maior poeta brasileiro em atividade.

A composição do poema já demonstrou estar à frente do seu tempo quando parte dele foi exposta. As grandes páginas, de um 1,5 m de altura por 50 cm de largura, com apenas uma palavra escrita de modo inusitado, chamaram a atenção dos visitantes da mostra. Mas a preocupação de Gullar não estava em ser vanguarda nem em se ater aos conceitos concretistas, ele se voltava para a busca de caminhos para construir o poema sem o discurso e apoiado nas qualidades visuais e fonéticas das palavras, sem regras preestabelecidas. E fazia isso pelo simples desejo de descobrir o novo, intensificar as inovações, contrariar as leis da escrita e desafiar a lógica do discurso, criando novas maneiras de (des)organizar as palavras no espaço.

Assim, o autor destrói a sintaxe verbal e junta a sintaxe visual com um discurso simples que possibilita a exploração das palavras no papel, postas cada uma numa página. As palavras vão se juntando até formarem uma espécie de mapa, do qual sairiam extraídas, uma a uma, para constituir o poema. Estruturado de maneira inovadora, O Formigueiro se articula e se desenvolve com o próprio passar das suas 50 páginas, formando com o livro uma unidade indissolúvel. Nasce assim o livro-poema, que não é apenas um repositório de versos, mas um objeto poético, que Ferreira Gullar só vai desenvolver alguns anos depois.

Hoje, que temos acesso a inúmeras ferramentas digitais de formatação e diagramação, é difícil imaginar o quão complexo e difícil era realizar tipograficamente esse poema na década de 1950. Por isso, O Formigueiro permaneceu inédito durante 36 anos. O livro-poema só foi publicado em 1991, composto artesanalmente pelo próprio Ferreira Gullar em letraset, recurso gráfico que ainda não existia quando foi concebido.

Ele começa com a desintegração da palavra “formiga”, cujas letras se dispersam na página para depois se agruparem formando uma espécie de signo. Em seguida, a palavra se reorganiza, mas numa ordem diferente da usual e, então, começa a formação de um núcleo que se tornará, por assim dizer, a fonte das palavras formadoras do poema: cada letra de cada palavra é sacada do núcleo ao arbítrio do poeta, visando à expressividade da palavra que ocupará, cada uma delas, a página inteira, dando expressão ao silêncio que é o branco do papel.

Ferreira Gullar – Autobiografia poética e outros textos (Autêntica, 2015)

Sobre o autor: Ferreira Gullar nasceu José de Ribamar Ferreira, em São Luís do Maranhão, em 10 de setembro de 1930. Aos dezoito anos, usando o Ferreira do pai com uma versão inventada do Goulart da mãe, passa a assinar com o nome pelo qual ficaria mundialmente conhecido. Um ano depois publica seu primeiro livro, Um pouco acima do chão, avaliado por ele como imaturo, tanto que o excluiu do volume Toda poesia. Em 1954, edita A luta corporal, considerado pelo autor seu livro de estreia. No período em que o poeta buscava romper com as tradicionais convenções poéticas e com a sintaxe, escreve O Formigueiro (1955). No início dos anos 1960, deixou a vanguarda para se dedicar à poesia politicamente engajada, ingressando no Centro Popular de Cultura (CPC) da União Nacional dos Estudantes (UNE). São dessa época as obras João Boa-Morte: Cabra marcado para morrer e Quem matou Aparecida. Recebeu diversos prêmios, nacionais e internacionais, sendo indicado, em 2002, ao Prêmio Nobel de Literatura. Desde 2014, é membro da Academia Brasileira de Letras. Poeta, crítico de arte, dramaturgo, ensaísta, ficcionista e tradutor, Gullar é tido como um dos mais talentosos e corajosos intelectuais do Brasil.

Serviço:

Autor: Ferreira Gullar
Preço: R$ 54,00
Páginas: 120
Formato: 21 × 28 cm
Acabamento: brochura
ISBN: 978-85-8217-796-9

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