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01/01/2007 — Assessoria de Comunicação
A Filosofia tem muito a contribuir na educação e na formação de crianças e jovens. Acreditando nisso, Walter Kohan apresenta o livro Infância, estrangeiridade e ignorância – Ensaios de Filosofia e Educação, integrante da Coleção Educação: Experiência e Sentido, da Autêntica Editora, organizada também por Jorge Larrosa. O diálogo entre Filosofia e Educação para as crianças orienta a escrita dos ensaios que nos leva a uma descolonização do pensamento, permitindo um outro olhar sobre que o pensávamos já saber. Educadores da infância e da juventude, pais e pessoas ligadas às áreas de Filosofia e Educação vão encontrar nesse livro novas formas de olhar as manifestações de educação, percepção e expressão dessas crianças e jovens não só em ambientes escolares como também em outros espaços sociais. “Trata-se de abrir novos espaços nos modos dominantes de pensar a infância”.
No início da publicação, o leitor poderá acompanhar uma entrevista com o autor, realizada pela professora de História e Filosofia, co-fundadora da Associação Amica Sofia – Filosofare con i bambini e ragazzi, Chiara Chiapperini. Contemplando a dimensão transversal da Filosofia, encarando-a para além de seu caráter instrumental de transmissão de conhecimentos, o autor defende a prática filosófica como ponte necessária para o pensamento, a reflexão, a experiência, a transformação e o autoconhecimento. “A filosofia tem muito a dizer e a dar às crianças e jovens, porque sabe convidar cada um a experimentar, por si, problemas e soluções”.
Segundo Kohan, é necessário abandonar a ‘ filosofia da identidade’, com suas pretensões universais e universalizantes, e abraçar uma ‘filosofia da diferença’. Para isso, ele acredita que “o filosofar não deve jamais ser intencionalmente orientado a obter resultados, nem a perseguir objetivos”. Trata-se, pois, de uma experiência aberta e imprevisível. Para os professores e educadores que se permitirem essa concepção no projeto educativo com crianças e jovens, o mundo de possibilidade e diferença emergirá. A emoção, as idéias, a esperança, o desejo e modo integral de ser da criança e do jovem passam a ser mais valorizados.
Ainda no livro, o leitor poderá se confrontar, a todo o momento, com o que acredita e julga ser inflexível. O olhar em relação ao outro, o estranhamento com o que é diferente e o olhar marcado pela estrangeiridade também têm espaço na publicação que, entre outras temas, lança luzes à Rancière e sua obra “O mestre Ignorante”, também integrante da Coleção Educação: Experiência e Sentido. A dimensão política da Educação também é contemplada neste livro que encontra em um dos seus subtítulos “O que pode uma criança?”, uma boa definição para o que propõe.
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