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Livro de Walter Benjamin revela tese do filósofo sobre conceito de história e progresso

08/10/2012 — Assessoria de Comunicação - Pluricom

Walter Benjamin (1892-1940), um dos mais importantes pensadores do século XX, viveu durante a expansão industrial europeia e sofreu com o terror da guerra nazista, que o perseguia por ser filho de judeus. Nesse contexto um tanto caótico, o filósofo captou a essência de sua época para refletir, ao longo de duas décadas, sobre o progresso e sobre a história. Suas ideias e teses sobre estes e outros assuntos estão reunidas na obra O anjo da história, lançada pela Editora Autêntica, com esmeradas tradução e edição de João Barrento. É o segundo volume da série que a Coleção Filô consagra a Benjamin.

O compilado de dez ensaios traz ao leitor reflexões de Benjamin referentes a diversos temas, como sociedade, política, o conceito de história e sua filosofia, o vigor do materialismo histórico, uma necessária revisão da tradição, o uso do poder como forma de violência, a luta de classes, o fascismo alemão, o chamado progresso, iniciado a partir do industrialismo europeu, entre outros. Alguns de seus ensaios mais influentes estão reunidos neste volume: “Sobre o conceito de história”; “Fragmento teológico-político”; “Experiência e pobreza”; “Sobre a crítica do poder como violência” e “Destino e caráter”, o que o torna uma obra de referência para historiadores, filósofos, cientistas políticos, entre outros.

Em um de seus textos mais célebres, Benjamin se inspira no quadro Angelus Novus de Paul Klee, em que um anjo parece afastar-se de algo que o assusta a sua frente, para refletir sobre história e progresso: “Há um quadro de Klee intitulado Angelus Novus. Representa um anjo que parece preparar-se para se afastar de qualquer coisa que olha fixamente. Tem os olhos esbugalhados, a boca escancarada e as asas abertas. O anjo da história deve ter esse aspecto. Voltou o rosto para o passado. A cadeia de fatos que aparece diante dos nossos olhos é para ele uma catástrofe sem fim, que incessantemente acumula ruínas sobre ruínas e lhas lança aos pés. Ele gostaria de parar para acordar os mortos e reconstituir, a partir dos seus fragmentos, aquilo que foi destruído. Mas do paraíso sopra um vendaval que se enrodilha nas suas asas, e que é tão forte que o anjo já não as consegue fechar. Esse vendaval arrasta-o imparavelmente para o futuro, a que ele volta as costas, enquanto o monte de ruínas à sua frente cresce até ao céu. Aquilo a que chamamos o progresso é este vendaval.”

A partir de uma criteriosa pesquisa de João Barrento, a obra ainda oferece comentários de cada ensaio enriquecidos pelo tradutor com notas e informações complementares que ajudam o leitor a compreender cada texto de Benjamin, além de um conjunto de cartas escritas pelo filósofo, que revelam diálogos com Theodor Adorno, Max Horkheimer, Gerhard Sholem, entre outros, sobre as razões para a redação de cada texto e as expectativas de suas publicações nas revistas da época.

Confira aqui capítulo inicial da obra.

Sobre o autor – Walter Benjamin (1892-1940) foi um dos mais importantes pensadores alemães do século XX. Filósofo, ensaísta, crítico literário e tradutor, escreveu peças para rádio, além de artigos para diversos jornais e revistas literárias. Colaborou com a Zeitschrift für Sozialforschung, revista do Instituto de Pesquisa Social (que mais tarde ficou conhecido como “Escola de Frankfurt”). Filho de judeus, precisou deixar a Alemanha em 1933, rumo à Paris, onde ficou até a invasão nazista. Em 1940, fugiu ilegalmente para a Espanha e, na cidade de Portbou, Catalunha, se suicidou para não ser capturado pela Gestapo. Walter Benjamin deixou vasta e brilhante obra literária, além de ter contribuído enormemente para a teoria estética, para a filosofia, para o pensamento político e para a história.

Sobre o tradutor – João Barrento licenciou-se em Filologia Germânica pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (1964) e em 1986 tornou-se professor de Literatura Alemã e Comparada. Já publicou cerca de vinte livros de ensaio, crítica literária e crônica, traduziu assim como editou diversas obras da literatura alemã da Idade Média à atualidade. Como editor e tradutor, é responsável por algumas das mais importantes publicações de autores alemães para o português, com destaque para Goethe (9 volumes, 1991-1993), Robert Musil (8 volumes, desde 2005) e Walter Benjamin (7 volumes, desde 2004). Suas traduções lhe renderam diversos prêmios, como Calouste Gulbenkian da Academia das Ciências (Tradução de Poesia, 1979); Grande Prêmio de Tradução (1993 e 1999); Prêmio de Tradução Científica e Técnica da União Latina (2005); Prêmio de Tradução do Ministério da Cultura da Áustria (2010); além da Cruz de Mérito Alemã (1991) e da Medalha Goethe (1998), entre outros.

Para mais informações, entre em contato com nossa assessoria de comunicação pelo e-mail ou pelo telefone (31) 3465-4500 (ramal 207).

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