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28/02/2008 — Pedro Paulo Monteiro
Por Pedro Paulo Monteiro
A proposta da coleção é trazer ao público em geral um olhar diferenciado para o envelhecimento. Não é mais novidade que seremos o sexto país do mundo com maior número de pessoas acima de sessenta anos. Será que estamos preparados? Seria ingenuidade dizer que sim. Não estaremos preparados enquanto não assumirmos o nosso próprio envelhecimento. É ilógico pensar que escapamos da questão só porque não olhamos para ela, não adianta empurrar a poeira para debaixo do tapete. Um dia, ao olharmos para os mais jovens, constataremos que não estamos tão novos quanto pensávamos. Somos sempre velhos de alguém.
Atravessamos uma nova fase, o planeta está cada vez mais velho. Isso não é ruim, é processo de evolução. Infelizmente muitos ainda sustentam crenças negativas e equivocadas sobre o envelhecimento. Precisamos de novos conhecimentos para atravessar esta fase com mais tranqüilidade e qualidade.
Desde o lançamento da segunda edição do livro “Envelhecer: histórias, encontros e transformações”, eu pensava em escrever novos livros sobre o envelhecimento, uma vez que trabalho há vinte anos com pessoas acima de sessenta anos. Almejava expressar minhas idéias por uma linguagem mais acessível. Então ao conversar com a editora Rejane Dias, chegamos à conclusão que deveríamos trabalhar num projeto diferenciado.
O diferencial do projeto está principalmente na linguagem e no formato dos livros. Eles serão livros curtos com texto simples, sem perder a profundidade do assunto, com acabamento especial, imagens, que instiguem a leitura. Pretendemos trabalhar cada livro em três linhas básicas, a qual a editora denominou de “kits”.
A primeira linha será tratar o tema pela reflexão. Será que podemos acreditar em tudo que nos é dito sobre o envelhecimento? Traremos à baila crenças antigas e atuais sobre os temas abordados. Sabemos que muitas crenças se tornam mitos e, conseqüentemente, toma corpo e realidade. Sofremos por confiar demais naquilo que a televisão e a Internet nos dizem para acreditar. Muitas crenças acerca do envelhecimento já caíram por terra, mas existem novas roupagens para antigas crenças. Por exemplo, no primeiro volume da coleção, trabalhamos a idéia de que não há outra solução para viver se não for pelo processo de envelhecer. A idéia pregoada nas campanhas publicitárias de que podemos parar o envelhecimento é uma farsa. Contudo, as pessoas ainda insistem em acreditar nisso. Não vivemos num mundo fictício, mas é fácil confundir o virtual (o mundo das imagens) com a nossa vida. Quando não se consegue o que a mídia prometeu, a desilusão toma conta e a pessoa sofre. Escuto freqüentemente as pessoas se queixarem da velhice, porém quando descobrem que o problema não é a velhice em si, e sim a mensagem que foi transmitida, elas conseguem tomar novos rumos na vida. O auto-engano tem prazo de validade, um dia nos deparamos com a verdade e descobriremos que o que acreditávamos era totalmente incoerente. Por isso, a importância de envelhecer para amadurecer.
A segunda linha será trabalhar com histórias de vida. Minha atividade profissional, na perspectiva da Gerontologia, sempre me proporcionou colher histórias. Elas ilustram verdadeiramente as questões a serem discutidas.
A terceira linha será trabalhar com contos e lendas sobre o envelhecimento. Sempre haverá uma parábola para entendermos mais profundamente nossas grandes questões existenciais.
Inicialmente pensamos em sete livros para a coleção. Todos com temas atuais, assuntos que freqüentemente são abordados em nosso dia-a-dia. O primeiro “Envelhecer ou Morrer, eis a Questão”, trata o envelhecimento como processo de viver, e não como fim da jornada. O segundo será sobre a beleza e o sublime. O terceiro volume tratará o tempo cronológico e o tempo vivido. Teremos outros temas relevantes como Finitude e a Transcendência; Religião e Fé; Memória e Construção da história de vida; Sexualidade do Corpo e Velhice.
Para mais informações, entre em contato com nossa assessoria de comunicação pelo e-mail ou pelo telefone (31) 3465-4500 (ramal 207).
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