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26/01/2010 — Alexandra Cavalcanti, Jornal O Liberal
A diversidade de produtos e a multiplicidade cultural dos mercados brasileiros estão no novo livro do fotógrafo mineiro Cyro José Soares, que chega às livrarias nos próximos dias. ‘Mercados do Brasil’, da Autêntica Editora, revela as particularidades desses centros comerciais de Norte a Sul do país. E como não poderia deixar de ser, o Mercado do Ver-o-Peso, com todos as suas cenas cotidianas é retratado através das lentes do fotógrafo.
Além do mercado de Belém, fazem parte do livro o Mercado Municipal Adolpho Lisboa, de Manaus; o Mercado de São José, de Recife; o Mercado Modelo, em Salvador; o Mercado Varejista do Porto, em Cuiabá; o Mercado Central, de Belo Horizonte; a Feira de São Cristóvão, no Rio de Janeiro; o Mercado Municipal, em São Paulo; o Mercado Público, de Florianópolis; e o Mercado Público Central, de Porto Alegre. As fotos de cada um deles, feitas por Cyro, são acompanhadas por textos escritos por jornalistas.
O critério para a escolha dos mercados foi apurado, basicamente, pelo olhar de Cyro. ‘Devido às minhas andanças pelo Norte e Centro do Brasil, indiquei os mercados de Belém, Manaus, Cuiabá, Belo Horizonte e São Paulo. Os demais foram incluídos pela editora’, explica.
O olhar lançado sobre esses mercados localizados nas diferentes regiões do País, captou bem mais do que diferenças regionais. ‘Cada mercado guarda em si a história viva da cultura, dos costumes, dos hábitos alimentares, da religiosidade, e do comportamento do povo de cada região, através desta atividade comercial’, garante.
O livro traz muitas curiosidades, situações um tanto inusitadas encontradas pelo autor dentro dos mercados, que quase sempre passam despercebidas por quem vive diariamente naquele espaço. ‘Todos os mercados têm suas curiosidades próprias, mas em Florianópolis achei algo interessante. O conjunto que o abriga é composto de dois corredores que são separados por um pátio interno a céu aberto com uma série de bares. Um corredor é composto por bares, delikatessens, armazéns, açougues de carnes frescas e várias peixarias. O outro corredor só tem sapatarias! As bancas de verduras, legumes, frutas, laticínios, embutidos e carnes defumadas, ficam fora, em barracas, na praça do fundo do prédio e ao lado em prédio separado, a parte de artesanato. Não quero dizer que as sapatarias ficassem de fora, mas o mais lógico seria os gêneros alimentícios no outro corredor. Acho que a palavra mercado ficaria mais completa’, conta.
Curiosidades à parte, Cyro releva que a vontade de retratar os mercados do Brasil foi aguçada quando ele visitou a capital do Pará pela primeira vez. ‘Posso lhes dizer que foi o mercado Ver-o-Peso o que mais me influenciou na vontade de realizar este trabalho. Desde quando o conheci a uns 20 anos atrás, me apaixonei pela idéia. O Ver o Peso é chamado de Boca do Amazonas. Tudo o que tem na Amazônia, você encontra no Ver-o-Peso’, afirma.
Desde essa época, o fotógrafo, que é mineiro da cidade de Formiga, conta que passou a ter uma relação mais próxima com a capital do Pará. ‘Gosto demais dessa cidade, da beleza arquitetônica, da natureza exuberante ao seu redor e tem um povo super alegre e acolhedor, além de uma cultura regional muito forte’, diz.
Nas várias visitas a cidade, o Mercado do Ver-o-Peso sempre foi parada obrigatória. ‘Todas as vezes que tenho oportunidade de ir a Belém, fico pelo menos dois dias por conta do Ver-o-Peso. Neste trabalho especificamente, fiquei três dias e uma noite fotografando’, lembra.
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