Uma década de Nemo: a história está apenas começando

Equipe - Publicado na categoria Palavra da Editora em 01/12/2021


Nascida em 2011, a editora Nemo chegou ao mercado com uma proposta muito especial: trazer para o Brasil quadrinhos reconhecidos mundialmente e que ainda não haviam tido a chance de chegar às livrarias do país. Com isso, vieram nomes como Moebius, Hugo Pratt, Enki Bilal e Jacques Tardi. A partir daí a Nemo ganhou força e passou a publicar também grandes talentos nacionais, e, com o passar dos anos, outros novos autores estrangeiros como Jeff Lemire, Daniel Clowes, Adrian Tomine e Bastien Vivés.

A presença feminina tornou-se outro ponto forte da editora. Chegaram à casa obras de Lu Cafaggi, cuja narrativa visual foi publicada também na França; Fernanda Nia, que adaptou para o formato impresso o Como eu realmente, suas tirinhas de sucesso na web; e outras tantas autoras referência no mercado brasileiro. Títulos de artistas de fora do país também agregaram ao catálogo de peso da Nemo: Pénélope Bagieu, quadrinista vencedora do Eisner, Margaux Motin, com sua irreverente obra Placas Tectônicas, Power Paola, Gauthier, Lucy Knisley e tantas outras.

E se existe algo característico da editora, são as temáticas sociais presentes em boa parte de suas publicações. Em O mundo de Aisha, uma reportagem em quadrinhos de autoria de Ugo Bertotti, acompanhamos a vida das mulheres no Iêmen em sua luta pela liberdade. Em Pílulas Azuis, nos emocionamos com uma história de amor real tocada pelo vírus do HIV. Em Não era você que eu esperava, o leitor é envolvido pela trajetória familiar do autor Fabien Toulmé que aprende a amar a filha com síndrome de down. Em Kobane Calling, do italiano Zerocalcare, a temática é a guerra na Síria e suas complexidades. Em Desconstruindo Una, acompanhamos um relato poderoso sobre a violência de gênero e suas implicações. Em Justin, segundo título de Gauthier publicado pela editora, vivenciamos a jornada de uma jovem que sente não pertencer ao gênero que lhe foi atribuído.

Seja através da narrativa sobre a luta por direitos para a população negra no Estados Unidos, como na trilogia A Marcha; ou a obesidade e seus fantasmas em Duplo eu; a sexualidade e o questionamento aos papeis de gênero em Degenerado e Pele de homem; o drama da imigração e seus efeitos em O melhor que podíamos fazer e na trilogia A odisseia de Hakim, a Nemo vem trilhando seu caminho de forma a contribuir com a ampliação de visões de mundo, trazendo ao leitor temas muitas vezes difíceis, mas que fazem pensar e sentir da forma que apenas as grandes histórias conseguem. E há muito mais ainda por vir.

Veja o que estão falando sobre a Nemo:

“…A Nemo é uma editora que está sempre apresentando novos autores, está preocupada em formar novos leitores. Uma editora com catálogo muito diverso, que atinge um público bem amplo, e é por isso também que forma novos leitores.” (Pedro e Mari, Fora do Plástico)

“…É uma editora que para mim publica quadrinhos que melhor conseguem dialogar com pensamentos diferentes, que faz você ver coisas importantes do mundo de uma forma que você não encontra em outros quadrinhos.” (Érico Assis, tradutor e jornalista)

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