Equipe - Publicado na categoria Dicas de leitura em 10/02/2022
Em uma das edições da Klaxon, revista mensal dedicada à propagação das ideias modernistas, Mário de Andrade escreveu: “Bem poderíamos em 2022 celebrar o 1º Centenário de nossa independência literária”. Cem anos depois, aqui estamos, cumprindo o antevisto pelo polímata, uma das figuras centrais do movimento e principal articulador da Semana de Arte Moderna de 22.
O evento, considerado o marco oficial do modernismo brasileiro, foi realizado no Theatro Municipal de São Paulo, entre os dias 10 e 17 de fevereiro de 1922. Foi a primeira manifestação coletiva na história da cultura brasileira a favor de um espírito novo e moderno, em oposição à cultura e à arte conservadora que dominavam o país desde o século XIX. Nele, reuniram-se artistas das mais diversas áreas para apresentações musicais, recitais de poesia, conferências, exposições de escultura, pintura e arquitetura.
O evento não ocorreu sem polêmicas: Monteiro Lobato, opositor ferrenho dos modernistas, chegou a escrever um artigo no qual dizia que “todas as artes são regidas por princípios imutáveis”. Mas, apesar das críticas, a Semana de Arte Moderna de 22 converteu-se em um divisor de águas para a arte brasileira, transformando-se em terreno fértil para a revolução artística e literária que fez da cidade de São Paulo a nova casa do movimento modernista.
A Semana também deu origem a periódicos modernistas em todo o país. Entre elas estava a Revista Verde, que nasceu em 1927 pelas mãos de um grupo de estudantes de uma pequena cidade do interior de Minas Gerais chamada Cataguases. A publicação reuniu em suas páginas o que de melhor e mais ousado havia em termos de produção literária naquele momento, com o incentivo de nomes como Mário de Andrade, Alcântara Machado e Prudente de Morais Neto.
Lançamentos da Autêntica revisitam o legado da Semana de Arte Moderna de 22
A história desta publicação é agora revisitada por Luiz Ruffato, no livro A revista Verde, de Cataguases: contribuição à história do Modernismo, que a Autêntica lança em comemoração aos 100 anos da Semana de Arte Moderna de 22. Nesta obra, o autor demonstra, de maneira cabal, que o surgimento desse movimento em uma localidade do interior de Minas Gerais deveu-se a uma convergência de fatores econômicos, sociais e culturais, e não a um “fenômeno inexplicável”, como até hoje a historiografia aborda. Conheça mais sobre o livro
As reflexões de Mário de Andrade sobre a Semana de Arte Moderna também se converteram em livro. Inda bebo no copo dos outros traz uma reunião inédita de textos de escritos pelo intelectual sobre a estética artística denominada modernista, selecionados, organizados e apresentados por Yussef Campos. Saiba mais aqui
A fim de revisitar todo esse importante legado, a Autêntica fará ainda o relançamento de Mário de Andrade: exílio no Rio, de Moacir Werneck de Castro, devolvendo aos leitores a oportunidade de conhecer mais sobre o período em que o autor de Pauliceia desvairada viveu no Rio de Janeiro, entre 1938 e 1941. Conheça
No centenário da Semana de 22, essas três obras são leituras perfeitas para celebrar e compreender mais a fundo a história do modernismo brasileiro.
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