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Ferreira Gullar

Poeta, crítico de arte, dramaturgo, ensaísta, ficcionista e tradutor, Ferreira Gullar é considerado o maior poeta em atividade do Brasil. Nasceu José de Ribamar Ferreira, em São Luís do Maranhão, em 10 de setembro de 1930. Foi na adolescência que descobriu a poesia clássica e, em seguida, os poetas modernistas.

Em 1948, aos dezoito anos, para não ser confundido com um certo José Ribamar Pereira, cuja escrita tinha qualidade duvidosa, e porque Ribamar era nome bastante comum no Maranhão, passou a assinar Ferreira Gullar, usando o Ferreira do pai com uma versão inventada do Goulart da mãe. Aos dezenove, publicou seu primeiro livro, Um pouco acima do chão, considerado por ele imaturo, tanto que o excluiu do volume Toda poesia. Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1951 e, em 1954, casou-se com Thereza Aragão, com quem teve três filhos: Paulo, Luciana e Marcos.

Gullar considera A luta corporal, de 1954, seu livro de estreia. Em 1955, publicou O formigueiro, época em que o poeta buscava romper com as tradicionais convenções poéticas e com a sintaxe. No início dos anos 1960, deixou a vanguarda para se dedicar à poesia politicamente engajada, ingressando no Centro Popular de Cultura (CPC) da União Nacional dos Estudantes (UNE). São dessa época as obras João Boa-Morte: Cabra marcado para morrer e Quem matou Aparecida

Em 1º de abril de 1964, data do golpe militar, filiou-se ao Partido Comunista Brasileiro. Em 1971, ameaçado pela ditadura, decidiu partir para o exílio. Viveu em Moscou, Santiago do Chile, Lima e Buenos Aires. Exilado, colaborou com O Pasquim, sob o pseudônimo de Frederico Marques. É desse período o Poema sujo, escrito quando morava em Buenos Aires e considerado sua obra-prima. O longo poema, que reúne lembranças da vida no Maranhão e da política brasileira, foi gravado em uma fita cassete e trazido clandestinamente para o país por Vinicius de Moraes. O livro foi lançado em 1976, mas Gullar só voltaria ao Brasil em 1977. Foi preso no dia seguinte de sua chegada ao Rio de Janeiro, sendo interrogado e ameaçado por três dias. Acabou solto graças ao esforço de amigos e por pressão internacional.

Além de ter sido indicado, em 2002, ao Prêmio Nobel de Literatura, Ferreira Gullar recebeu diversos prêmios, entre eles: dois Molière, pela peça Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come, que escreveu em parceria com Oduvaldo Vianna Filho (1966), e pela tradução de Cyrano de Bergerac, de Edmond Rostand (1985); três Jabutis, por Muitas vozes (Poesia, 2000), Resmungos (Livro do Ano, 2007) e Em alguma parte alguma (Livro do Ano, 2011); o Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto da obra (2005); e o mais importante das letras lusófonas, o Camões, em 2010.

Desde de 2014, ocupa a cadeira número 37 da Academia Brasileira de Letras, que tem como patrono o poeta e inconfidente mineiro Tomás Antônio Gonzaga.

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