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Carta sobre a tolerância, clássica defesa da laicidade do Estado, ganha primeira tradução diretamente do latim

Escrita pelo inglês John Locke no século XVII, obra sobreviveu ao tempo e revela atualidade ao discutir a separação entre o poder político e os preceitos religiosos

A Carta sobre a tolerância é uma defesa do que hoje se costuma chamar de separação entre Estado e Igreja. Nesta obra concisa e influente, pela primeira vez publicada no Brasil em tradução a partir do original latino e em edição bilíngue, John Locke discute os limites do poder político com o intuito de demonstrar que o Estado jamais deve promulgar leis baseadas em preceitos religiosos.

O livro, escrito no século XVII e ainda dotado de atualidade, será lançado nessa terça, 3 de dezembro, a partir das 19h, na Livraria Quixote (Rua Fernandes Tourinho, 274 – Savassi), em Belo Horizonte, com a presença do organizador e responsável pela tradução dos textos em inglês, Flavio Fontenelle Loque. Os textos em latim foram traduzidos por Fábio Fortes e Wellington Ferreira Lima.

A edição da Autêntica Editora também acompanha introdução, notas e comentários que contextualizam o pensamento de Locke e propõem uma interpretação de seus principais argumentos.

Desdobramentos dos temas debatidos na obra comprovam sua consonância com questões que orientam o debate público atual. Como exemplo, pode-se citar a discussão em torno da finalidade das leis que, segundo Locke, existem para preservar e promover os bens civis dos cidadãos (notadamente a vida, a liberdade e a propriedade), o que significa que entre as funções do Estado não se encontra o cuidado com a salvação das almas. Esta é uma tarefa que pertence apenas aos indivíduos e às igrejas a que eles se associam.

A afirmação de que a esfera legítima de atuação do Estado se restringe aos bens civis e de que, portanto, a diversidade de crenças e cultos deve ser tolerada, constitui a tese central da Carta sobre a tolerância, que aborda, ainda, outras temáticas relevantes como o direito de resistência ativa, o malefício decorrente da intromissão de clérigos na política, os limites da tolerância e a incompatibilidade entre o cristianismo e a coerção religiosa.

JOHN LOCKE (1632-1704) foi um filósofo de formação clássica que, após associar-se ao Primeiro Conde de Shaftesbury em 1667, participou ativamente da vida política e intelectual inglesa. Com medo de retaliação por opor-se ao rei Carlos II e a seu herdeiro, em 1683 partiu para um exílio na Holanda, de onde voltou em 1689, depois da Revolução Gloriosa, quando publicou a Carta sobre a tolerância, os Dois tratados sobre o governo e o Ensaio sobre o entendimento humano. Na década seguinte, entrou em debates econômicos, assumiu cargos de confiança no novo governo e, entre outros escritos, publicou A razoabilidade do cristianismo (1695).

Devido a problemas de saúde, a partir de 1700 Locke permaneceu mais recluso, dedicando-se sobretudo à composição da Paráfrase e notas das epístolas de São Paulo (publicação póstuma, 1705-1707).

Tendo obtido notoriedade ainda em vida por causa do Ensaio sobre o entendimento humano, única de suas maiores obras que não foi publicada anonimamente, o reconhecimento de Locke aumentou após sua morte, quando a autoria de seus demais escritos se fez conhecida. Atualmente, seu legado é reivindicado pela tradição liberal.

O ORGANIZADOR: Flavio Fontenelle Loque é autor de Ceticismo e religião no início da modernidade (Loyola, 2012), traduzido na Itália como Scetticismo e religione all’inizio dell’età moderna (Morcelliana, 2018). Publicou ainda a Conversa com o Senhor de Sacy sobre Epiteto e Montaigne e outros escritos (Alameda, 2014) e Do espírito geométrico e Da arte de persuadir e outros escritos de ciência, política e fé (Autêntica, 2017), ambos de Blaise Pascal, e Diálogo sobre o tema da divindade, de François de La Mothe Le Vayer (Editora UFMG, 2014).

Para mais informações, entre em contato com nossa assessoria de comunicação pelo e-mail ou pelo telefone (31) 3465-4500 (ramal 207).

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