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Claudio Blanc

Sempre fui fascinado por histórias, a ponto de me tornar um colecionador delas. Penso como o escritor norte-americano Paul Auster, que disse que as pessoas precisam de histórias tanto quanto necessitam de ar e de alimento. Elas nos mostram caminhos, transportam nossa mente no tempo, criam emoções, informam, fascinam e nos tornam mais sábios. As histórias, de certa forma, aproximam-nos da magia.
E, por gostar tanto de histórias, tornei-me escritor, jornalista, tradutor e editor. Assim, elas se tornaram o objeto e o objetivo do meu trabalho. Por meio das histórias, desperto a memória dos mortos, visito eras passadas, viajo para países e mundos exóticos, conheço usos e costumes, modos e maneiras de todos os homens e mulheres que já viveram neste planeta e converso, por meio de texto, com as mentes mais brilhantes, vivas ou finadas. Porque é isso que acontece com qualquer um que lê, ouve ou reconta uma história: uma verdadeira mágica.

Um dos gêneros de que mais gosto são os contos de fantasmas de todas as épocas e povos, sejam folclóricos ou literários. Sempre impressionantes, eles nos mostram um aspecto crucial da nossa condição humana: a certeza da morte e a especulação do que virá depois – ou se haverá depois.

E estas são minhas histórias de fantasmas preferidas, as que julgo mais intrigantes, inspiradoras, um tanto aterrorizantes e – por que não? – divertidas. E, como os fantasmas trazem antiguidade, evocam outras épocas, falam de tempos passados, escolhi uma palavra antiga para dar nome a esta antologia: Avantesmas, que significa “fantasmas”, em português arcaico. Dessa forma, ressuscito, junto com os fantasmas, também uma palavra morta. Uma palavra estranha com a qual quero fazer você lembrar que, provavelmente, há alguém mais lendo estas histórias por cima de seus ombros. Alguém que você pode não estar vendo, nem sentindo, ou, sequer, percebendo.

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